terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O tempo existe, sim, e devora.



O que mais chamou a atenção de Hildebranda foi a solidão da prima. Parecia, lhe disse, uma solteirona de vinte anos. Acostumada a uma família numerosa e dispersa, em casas onde ninguém sabia de ciência certa quantos moravam nem quem ia comer a cada refeição, Hildebranda nem podia imaginar uma moça da sua idade reduzida ao claustro da vida privada. Assim era: desde que se levantava às seis da manhã até que apagava a luz do quarto, se consagrava à perda do tempo.

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