terça-feira, 29 de abril de 2008

Diário de uma desempregada

No passado as pessoas tinham numerosas oportunidades de se entregar a formas genuínas de convivência e à busca de esforços pessoais, completamente livres de qualquer relação com o mercado.
Ao proporcionar a seus membros essas oportunidades, as sociedades antigas interpretavam-se como réplicas do cosmos, e assim se conformavam a prescrições de caráter sagrado, ou quase-sagrado. Em tais sociedades, as pessoas dispunham de muito tempo, não relacionado à sua condição de trabalhadoras, no qual se poderiam engajar em objetivos autogratificantes. Em seu calendário, o caráter das horas, dos dias, dos meses e dos anos refletia o interesse que tinham pelas múltiplas implicações da dimensão sagrada da vida.

domingo, 27 de abril de 2008

Uma dúvida

Como lidar/conviver/se relacionar com pessoas que você não admira?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O milagre está fora do empírico.



Que se cumpra o idealizado.
Que acreditem.
Que riam das suas paixões.
Porque o que consideram paixão, na realidade, não é energia espiritual, mas apenas fricção entre a alma e o mundo externo.
O mais importante é que acreditem neles próprios e se tornem indefesos como crianças.
Porque a fraqueza é grande, enquanto a força é nada.
Quando o homem nasce, é fraco e flexível.
Quando morre, é impassível e duro.
Quando uma árvore cresce, é tenra e flexível.
Quando se torna seca e dura, ela morre.
A dureza e a força são atributos da morte.
Flexibilidade e fraqueza são a frescura do ser.
Por isso, quem endurece, nunca vencerá.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ana,

ou ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence.







http://www.youtube.com/watch?v=nT1gea0byCI

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Se eu caio no suingue é pra me consolaaaaaaaarrr...



É que essa vida não tá mole, eu faço assim para me segurar...

Nada como um filminho francês sobre swing na 3ª idade pra desopilar numa seixta à noite, não é meixmo?
Pintar ou Fazer Amor, dos irmãos Larrieu, é um filminho simpático, um daqueles filmes pequenos cheios de pequenas sutilezas, que possibilita diversas leituras, mas que, sobretudo, se sustenta na própria leveza.
Se me pedissem uma sinopse: Casal de meia-idade muda-se para um idílico interior da França e se apaixona por Adão e Eva.
Várias cenas bonitas.
Eva, casada com um Adão cego, pedindo a Madeleine para ser pintada nua, "faz tanto tempo que ninguém me vê".
O Adão cego levando William e Madeleine pela mão na noite escura.
A cena final, o quadro negro, inacabado.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Par délicatesse j'ai perdu ma vie



Não vou fazer a linha entendida em Rimbaud porque não sou.
Tudo que sei dele se resume ao filme do Di Caprio e Uma Temporada No Inferno, que li há 500 anos naquela edição pobrinha da L&PM com a foto do pequeno príncipe na capa e que, sinceramente, não me disse muita coisa na época.
BUT, há uns 2 anos, li no Orkut de uma orkutfriend (com quem nem mantenho mais contato) a seguinte frase na seção "atividades": "nocauteando a delicadeza para ganhar a vida" (or something), fiz algum comentário e ela me respondeu que tinha a ver com a estrofe de um poema do Rimbaud, que obviamente googleleei (aos incautos, pretérito perfeito do verbo googlelear).
Et moi, la jeunesse oisive à tout asservie, toda vez que choro de madrugada é nisso que eu penso, que estou perdendo, perdendo e que não sei como parar de perder.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Na terra em que o mar não bate, não bate o meu coração...



O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão
Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei
Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão