sábado, 29 de setembro de 2007

Pra ouvir no banho

Pra ouvir no carro



Depois de longo e tenebroso inverno (pontos de ônibus, caronas e reprovações), finalmente tirei a carteira de motorista.
Ela nem chegou ainda, mas a primeira providência é imperativa: criar uma trilha sonora.
Conversando com a xará outro dia no MSN ela disse que precisava tirar a carteira pra poder ouvir música no carro.
Eu sempre pensei o carro como um aparelho de som itinerante.
Uma instalação.

Agora é preciso organizar as trilhas.
Música para engarrafamento.
Música para a infinita highway Lucy in the sky with diamonds.
Música de inauguração (nunca dirigi sozinha).
(as músicas, a princípio, devem ser ouvidas sozinha)
Por isso, providenciar também música para ouvir acompanhada.
Música para irritar os acompanhantes.
Música para agradar platéias ecléticas.
Música pra cantar junto reproduzindo cenas clichês de filmes ruins.
(aceito sugestões)

O filme do Chris Marker me deixou pensando na minha paisagem sentimental, minha imagem de felicidade.
Não consegui.
Lembrei da Mônica Waldvogel no Saia Justa, ela mostrou uma foto da sua lua-de-mel em Veneza, numa gôndola, cabeça encostada no ombro do ex-marido à la Wong Kar-Wai.
E disse que voltava àquela imagem, àquela lembrança, à gôndola, ao barulho da água, sempre que se sentia aflita/triste/angustiada, aquela paisagem funciona pra ela como uma válvula de escape, uma ilha de bem estar.
Eu, que ainda não fui a Veneza, Paris, nem à Islândia, vou procrastinando os fotogramas emocionais...
Fiquemos, portanto, com a trilha.
Música que me acalma e me deixa feliz.
A primeira que me veio à cabeça, Coração Vagabundo, do primeiro álbum do Caetano, Domingo, com a Gal, vozinha de guri ainda.
Não é a minha música preferida, não conheço ninguém que tenha uma música preferida.
Mas, deixa um cheirinho bom.
Já dizia Maria Bethânia, música é perfume.

sábado, 22 de setembro de 2007

Paisagem sentimental



Un point précis sous le tropique
Du Capricorne ou du Cancer
Depuis j'ai oublié lequel
Sous le soleil exactement
Pas à côté, pas n'importe où
Sous le soleil, sous le soleil
Exactement juste en dessous


"A primeira imagem de que ele me falou foi a de três crianças em uma estrada da Islândia, em 1965.

Ele me disse que era para ele a imagem da felicidade. E também que ele havia tentado várias vezes associá-la a outras imagens, mas nunca conseguiu.

Ele me escreveu: um dia terei que colocá-la sozinha no começo de um filme, com um longo intervalo negro. Se não virem a felicidade na imagem, verão, ao menos, a escuridão."

http://www.youtube.com/watch?v=woQKOubUkJY

domingo, 9 de setembro de 2007

P.S.



Juliette Binoche sempre me faz chorar :(

Vendredi Soir



Going out is overrated.
Passei meu resto de sexta-feira vendo os episódios de Paris Je T'Aime no youtube.
14ème Arrondissement (http://www.youtube.com/watch?v=O6KUZjaF5pI) é o melhor, o que melhor capta o Paris je t'aime mood, o fascínio, o je ne sais quoi da Cidade Luz.
Achei o curta mais interessante que os 3 longas que vi do Payne.
Outro preferido meu é o episódio Montmartre (http://www.youtube.com/watch?v=gedBD8tcTno), nem tanto por Montmartre ou Paris, esse segmento (como quase todos os outros) poderia se passar em qualquer lugar, Paris é apenas o pano de fundo, não a razão de ser do filme.
Me lembrou bastante Vendredi Soir.
Quando o cinema proporciona um encontro.
We are accidents waiting to happen.

Paris é uma festa



Não sou muito fã de Hemingway.
Só li dois livros dele, O Velho e o Mar, que meu primo me indicou entusiasticamente quando eu tinha uns 16 anos (e que não me disse absolutamente nada à pica) e O Sol Também Se Levanta, que peguei emprestado com uma amiga anos depois e achei mais interessante que o primeiro, mas, ainda assim, não empolgou o suficiente.
Eu já ouvi falar (não sei se é verdade) que existe uma espécie de rixa entre os fãs de Hemingway e de Fitzgerald, pelo fato de eles personificarem estilos opostos, daí fui ler O Grande Gatsby, achando que, finalmente, poderia me posicionar na briga.
Mas, achei o Fitz ainda mais chato que o Hemingway.
Antes a macheza crua e seca do Hemingway do que aquela frescurada do Fitzgerald...
"Bela como uma noite de junho", pára, néam.
Porém, por motivos óbvios, sempre quis ler Paris É Uma Festa.
Vi Paris Je T'Aime essa semana e a vontade voltou com força total.
Eu sou uma pessoa suscetível.
A trilha do Air de Virgens Suicidas me deixou com vontade de rever o filme (e de ler o livro do Jeffrey Eugenides), Paris Je T'Aime me deixou suspirando por Paris.
Parei até de ouvir a trilha antes de dormir, a última música me deixa estranha.
Encomendei os dois livros.
Tenho que estudar pros malditos concursos públicos e tinha me prometido que o último livro (de literatura) que leria esse ano seria Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios, mas como resistir a Paris?