quarta-feira, 31 de dezembro de 2008



Tava estudando e faltou luz, fiquei mentalmente fazendo uma retrospectiva dilícia de 2008, que poderia ser resumido na festa de Réveillon que fui ano passado.
Minhas amigas fizeram amiga oculta de calcinha pra usar no Réveillon, não tive coragem de pedir rosa, escolhi amarela. Rica não fiquei. Meu vestido era meio amarelo também. A festa foi na Hípica do Rio, bebida à vontade, comida, prefiro não comentar. Encontrei uma pessoa que fingiu que não me viu. Passei a noite fugindo da pessoa que fingiu que não me viu e das minhas amigas, não queria empatar a noite de ninguém, principalmente de pessoas de calcinha rosa. Fiquei a maior parte do tempo sozinha, rodando. Ficar sozinha, parada = cariocas bêbados mal educados (sublinha mal educados) achando que a vida é uma micareta, para os quais me chamo Fernanda. O problema é que Fernanda tinha torcido o pé recentemente, por isso, volta e meia procurava uma cadeira limpinha disponível. Fernanda estava com sede e preenchia o tempo elucubrando, se levantar, vou perder o lugar, se não perder, beber água vai dar vontade de fazer xixi e o banheiro é sujo. Foi, não voltou porque foi abordada por um carioca até simpático, pro nível dos outros, enfim, não que ela estivesse interessada, mas uma pessoa minimamente delicada, raro naquele lugar, até se sentiu culpada de ter falado que se chamava Fernanda. Quando o rapaz estava quase indo embora perguntou o nome dele, por educação, pra se sentir menos babaca por ter mentido o próprio nome, talvez, ao que ele respondeu "pra que, né?", Fernanda ficou alguns segundos com cara de A Passarela Sumiu, mas depois pensou "ainda bem que não disse".
Fernanda queria omitir de Mme. Natasha que ficou com alguém essa noite, mas isso seria desonesto. Sem cadeiras limpinhas disponíveis, Fernanda ficou encostada numa grade que dava pra uma espécie de arena de cavalos, sem cavalos, onde ficam aqueles obstáculos que eles saltam, ficou ali encostada, bebendo água, de costas para os transeuntes. Um cara se aproximou com o papinho de sempre, não disposto a ir embora, porém. Depois de, sei lá, meia hora ela acabou ficando com ele, um pouco por cansaço, um pouco porque achou ele engraçado, não engraçadinho, Fernanda odeia homem engraçadinho, achou engraçado o jeito dele, meio roceiro, ele era de BH, não era bonito, uma amiga de Fernanda que o viu disse que ele parecia o Thomas, professor de Tributário, e, de fato, parecia, se Fernanda tivesse percebido isso antes, não teria ficado. De qualquer forma, Fernanda se arrependeu rapidamente de ter cedido ao cansaço. Porém, o ânimo dele era diretamente proporcional ao desânimo dela, ele a convidou para ir embora dali, oi. Ela disse que não o conhecia e ele disse algo tipo "é, você tem cara de que não gosta muito mesmo", HAHAHA, enfim, depois de ser chamada de frígida, Fernanda resolveu que bastava por aquela noite. Zanzou por mais umas 2 horas apreciando os vomitantes, lembrou dos vomitódromos romanos, pensou onde estariam os cavalos, amanheceu, procurou as amigas, uma não apareceu. Não apareceu, simplesmente. L'Avventura. Procuramos até 8 horas, não estava em lugar nenhum. Tive uma crise de choro, desesperei todo mundo (algumas ainda tentavam acreditar que ela tinha saído com alguém), fomos embora, delegacia, hospital, roteiro incerto ainda, no caminho ela ligou, tinha dormido na cabine do banheiro.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008



Taí a capa little bit Ricky Martin do novo álbum do Mozz.
Que seja melhor que Ringleader Of The Tormentors.

domingo, 14 de dezembro de 2008

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final



O que Maria Antonieta tem a ver com a Trilogia do Silêncio?
Nada.
Mas quando vi Harriet Andersson transando com Deus, lembrei dessa parede.
O outro nome da trilogia é Trilogia da Fé, o que nos dois primeiros filmes é bem literal.
Vi Luz de Inverno hoje à tarde e fiquei pensando trilogisticamente nos filmes, se o impacto seria diferente se eu tivesse visto na ordem certa.
Ter visto O Silêncio primeiro foi como ter começado Melville com O Samurai, vendo logo o melhor filme do cara, os outros não parecem tão bons.
E O Silêncio como desfecho da trilogia é ainda melhor.
Só sei que depois de Luz de Inverno me deu uma vontade de ouvir Camelinho, ensolarado.


Fingindo ser o que eu já sou: http://www.youtube.com/watch?v=ppOiU1TIIho

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Oi

2 + 2 = 5



Vicky, Cristina, Barcelona.
Um filme, três arquétipos.
Como naqueles testes "Que personagem de Sex and the City é você?", em que você já sabe previamente quem você é na noite.
Só sobra a Vicky pra mim, né.
so.ço.brar
v. int. 1. Afundar-se, naufragar. 2. Reduzir-se a nada. 3. Malograr-se.
Tá, é o que sobra, mas nem me identifiquei tanto assim, falta de ousadia não é identificação suficiente, é uma característica, soçobrei por exclusão, digamos.
Vicky é o velho Woody Allen, Cristina é o novo Woody Allen e Maria Elena é Barcelona.
Rebecca Hall é uma Diane Keaton mais bonita e, talvez, menos irritante, Scarlett é a inspiração que tem refrescado essa nova fase da carreira dele, fase, aliás, que me interessa mais do que as anteriores, Penélope é a Espanha, when in Rome...
O filme é, sim, turístico, a narração é, sim, irritante, não sei de onde a Mônica tirou que é uma narração irônica, é uma narração literal, onipresente e desinteressante, mas necessária pra narrativa, da forma como o filme foi montado, enfim.
E cada vez que vejo um filme europeu da Penélope mais certeza tenho de que sua carreira hollywoodiana é uma franquia de Invasion of the Body Snatchers.
Lembrem-se que ela namorou o Tom Cruise.



Só, sobraria.

Capitalisme: http://www.youtube.com/watch?v=RV4H3z60h6w

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008



Atropelada.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008



O filme merecia um post muito melhor do que esse, fato.
Inclusive, xerau tem que ver: http://www.mininova.org/tor/1836973
E eu nem vou falar nada sobre o filme, é basicamente um post-indicação, Madame Natasha recomenda.
Pateticamente falando, o filme me fez ressuscitar uma musiquenha que eu sempre goxtei e todo mundo acha cafonenha: http://www.youtube.com/watch?v=wxSvJpxlh60
Eu nunca fui fã de Nirvana, né, quiçá Foo Fighters.
Muito menos daqueles clipes engraçaduxos-debilóides deles, que, obviamente, nesse meu Toca Raul mood de sempre, ah, mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado, macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco...
Não preciso dizer que não acho graça.
Esse é diferente dos clipes engraçaduxos, mas é ruim do mesmo jeito.
E o pior é que o clipe é uma cópia escrota do clipe do Kar-Wai: http://www.youtube.com/watch?v=iZKeSNZhm18, que, todavia, só foi feito 5 anos depois.
O que é aquela gente lambendo vidro?
Bom, espero que ninguém desista de ver En La Ciudad de Sylvia por causa desse post.


P.S. - No meio do ano, ou antes, não lembro, uma amiga me disse que ia tentar uma bolsa de estudos em Strasbourg e meio que me convidou pra tentar também (na verdade, acho que ela queria apenas que eu traduzisse e ajudasse a preencher o formulário da bolsa, enfim), mas eu acabei animando. Animada, única e tão-somente, pela possibilidade de pisar em solo francês, o curso, sobre Direitos Humanos (a Corte Européia de Direitos Humanos é em Strasbourg), era até interessante, mas era algo que, nesse momento, não teria pra mim nenhuma utilidade prática e faria meus pais gastarem litros em uma viagem não-planejada de menos de 1 mês, sendo que o prazo das inscrições já tava no fim e estávamos em pleno bafo de brasileiros (tudo puta e viado) sendo barrados na Espanha. Não fui, minha amiga também não foi (descobriu que o curso seria ministrado somente em francês, a informação que ela tinha era de que seria também em inglês), além de todos os contras supracitados, pensei, bom, Strasbourg, fronteira com a Alemanha, numa estadia-relâmpago como essa, vou ficar enfiada lá e Paris que é bom, só o Charles De Gaulle, na ida e na volta, não ia dar tempo nem de bater o recorde do Louvre.
Hoje, depois de ver o filme, pensei quão ignorante e franco-fake sou eu no meu parisocentrismo.
Strasbourg é uma cidade encantadora.
E eu poderia ter andado naquelas ruas e visto os Laures je t'aimes nas paredes.