terça-feira, 19 de agosto de 2008

Vocês não estão entendendo nada



Absolutamente nada.
10 minutos, 5 de música, 5 de vaia e Caetano em fúria, track 13: http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/cdcapa.php?artista=Joyce&album=A-Era-dos-Festivais---Cd2&codcd=007796-3
Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos.
Foi Gilberto Gil! E fui EU!
O júri é muito simpático, mas é incompetente.
Assim, sem abraço.
Porque metade de mim é amor e a outra é vocês não estão entendendo nada. Canalhas.

Depois da discografia completa, senti um vazio em meu coração.
Apesar do receio de estragar esse nosso momento, tomei coragem de baixar Cinema Falado.
E o filme é exatamente aquilo que eu achava que seria: Godard fase escrota.
No fundo, eu sabia que não estragaria, afinal, quem poderá fazer aquele amor morrer se o amor é como um grão, morre, nasce trigo, vive, morre pão.
Esse trecho com Dedé irmã de Drão dá uma idéia: http://www.youtube.com/watch?v=5GZSXzsHh20.
Sempre que vejo esse tipo de filme fico um pouco irritada, Notre Musique (pra ficar na mesma sinestesia), p.ex., o Godard dando aula de cinema, literalmente (http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=2823357) e eu me perguntando porque ele não escrevia um livro em vez de encher o meu saco. Não que esse tipo de filme não diga nada de interessante, pelo contrário, mas eu acho tudo aquilo tão fora de propósito. Eles geralmente fazem digressões interessantíssimas, dariam ótimos ensaios, com ricas notas de rodapé.
Enfim, filmes como Cinema Falado, afora uma ou outra sacada visual perdida no meio da tese, não me interessam como cinema.
Podem até me interessar como cinéfila (não como "objeto de estudo", mas a curiosidade pelo pensamento sobre cinema) ou, então, como leitora mesmo, uma frase, um poema.
Frases-diálogos-monólogos caetânicos.
"Paris, Texas parece fotografias de negros africanos tiradas por Leni Riefenstahl".
O trecho de Grande Sertão é especialmente horrível e sem fim.
Um cara feio de óculos fundo de garrafa sentado no chão, devia ser ator de teatro (e sempre que eu disser que parece ator de teatro é pejorativo, ok?), declamando, interpretando.
A capa de Omaggio a Federico e Giulietta é uma cena do filme, reminiscências da sua cinefilia adolescente assobiando Nino Rota.
- Quando eu ando aqui na rua de noite, quando venho aqui a Santo Amaro, parece que é cinema calado, eu fazia música assim, inventando música, inventando música de filme italiano e olhando a rua, parece filme italiano
- Tinha 3 cinemas, hoje não existe mais
- É, tinha 3, agora não tem cinema nenhum


E por falar nisso, VIVA CACILDA BECKER!

Um comentário:

Bernardo Bäcker disse...

Darling, eu não vi o filme, mas sei que tem uma cena com a Regina Casé gravada aqui no bairro, pertinho de casa. hahaha
Só curiosidade mesmo.

;o***